por Samuel Hammond
O infame investidor fez uma aposta de longo prazo em Trump para tornar os Estados Unidos mais parecido com uma monarquia, perturbar sua burocracia decadente e reviver o status do mito e da hierarquia na sociedade
O capitalista de risco bilionário Peter Thiel fez um monte de cabeças virarem quando se descobriu que ele seria delegado de Donald Trump. Alguns até pensaram que deveria ser um Peter Thiel diferente. A intriga apenas aumentou quando foi confirmado que ele daria um discurso endossando vigorosamente Trump na Convenção Nacional Republicana. Então o Vale do Silício se sintonizou, buscando uma resposta. Em vez disso, ele ficaram “atordoados e confusos” pelo que ouviram, de acordo com um relato.
Aos meus olhos, o discurso de Thiel pode ter sido surreal, mas nada sobre ele foi confuso. Como alguns já notaram, Thiel claramente quer modernizar a perspectiva do GOP sobre a comunidade LGBT e mover o partido para além do Reaganismo de pequeno governo, em apoio a coisas como grandes programas de infraestrutura e P&D.
Mas esses são ambos feijõezinhos se comparados ao que eu vejo como o principal propósito (e aposta) de Thiel ao endossar Trump: Peter Thiel vê uma presidência de Trump como seu caminho para se tornar o CEO sombra dos Estados Unidos da América.
Perseguição e a Arte de Investir
Thiel parecia fora do personagem. Claramente nervoso, ele falava apressadamente, em vez do seu ritmo normal mais considerado, e com uma retórica bem mais grandiosa e incauta do que aquela pela qual ele é conhecido. Com olhos arregalados e ligeiramente aterrorizados, ele recapitulou sua bem conhecida visão de que o progresso tecnológico estagnou (embora sem muita indicação de como uma presidência de Trump ajudaria) e se declarou orgulhoso de ser gay e Republicano, antes de sair correndo do palco, como se tivesse algum outro lugar para estar.
Aparências de lado, por quê, de todas as pessoas, o cofundador do PayPal e notório libertário estaria lançando seu peso por trás de alguém tão controverso e volátil quanto Trump? As duas questões centrais de Trump, comércio e imigração, não são conhecidas por serem grandes preocupações de Thiel. Se qualquer coisa, Thiel, como muitos no Vale do Silício, quer dramaticamente mais imigração especializada. Thiel é, ele mesmo, de uma família imigrante. Ele já até mesmo prometeu um financiamento para um esquema que propunha dar uma volta nas cotas de imigração, hospedando criadores de tecnologia nascidos no exterior em um navio ancorado nas águas internacionais de São Francisco. Lá se vai a lei e a ordem.
Mas, antes de atribuí-la a seu contrarianismo cru, mais uma dos infames traços de caráter de Thiel, um olhar mais atento sobre suas fixações filosóficas e teoria de empreendedorismo revela um método em sua loucura. Eu admito que isso é especulativo. Mas, na tradição de Leo Strauss, Thiel vê valor em criar camadas de significado para diferentes públicos – o que lhe deixa aberto a uma interpretação mais especulativa.
Para começo de conversa, Thiel é um acólito do falecido cientista social e filósofo francês René Girard. Girard é mais famoso por sua teoria do “desejo mimético”, que afirma que os humanos invariavelmente tomam suas ideias emprestadas das outras pessoas, tanto para imitar quanto para impressionar. Longe de ser um contrariano reflexivo, a filosofia de investimento de Thiel, explicada em seu livro Zero to One, é sobre deliberadamente tentar transcender o desejo de imitação, ser o proverbial “escolhido” que pode, então, colher lucros monopolistas.
O desejo mimético se revela no “viés de desejabilidade social“, a tendência bem-fundamentada dos respondedores de pesquisas de dizer as coisas e marcar as caixas que lhes farão parece mais favoráveis ao seus pares, em vez de sua crença verdadeira e autônoma. Mas, se pessoas o suficiente se esquivam de uma ideia por causa do medo de serem julgadas ou para seguir a multidão, isso naturalmente cria uma oportunidade de lucro. O inverso também é verdade. Se conseguir um MBA ou um diploma de direito vem com bastante status social, é melhor evitar estas coisas, Thiel argumentou, porque você sacrifica uma oportunidade de verdadeira grandeza ao entrar em campo abarrotado.
Apoiar Hillary Clinton é, portanto, muito parecido com abrir um restaurante. É socialmente desejável – não é necessário olhar além das dúzias de celebridades, comediantes e músicos que participaram da Convenção Nacional Democrata. Mas endossar algo popular vem com uma escassa margem além da aprovação de seus pares e de estar no centro de um nexo social positivo. Se voz é o que você quer, Clinton já tem muitas mãos para lavar, favores para retribuir e quiproquós.
Trump, por outro lado, está faminto por apoio da elite. De fato, ele mal consegue guiar as elites dentro de seu próprio partido. Então, porque Thiel não aproveitaria uma chance única na vida de ir de zero a um, de ganhar uma influência significante sobre o potencial próximo Presidente dos EUA, ao custo de um leve constrangimento?
Reservas de Qualificação
Quando o New York Times relatou que Trump tentou convencer John Kasich a ser seu companheiro de chapa oferecendo-lhe controle total sobre a “política tanto interna quanto externa”, isso revelou algo sobre o estilo administrativo de Trump: Ele delega. Igualmente, não é nenhum segredo que seus filhos têm operado muito de sua campanha.
Isto ajuda a explicar o paradoxo de qualificação notado por Timothy B. Lee, que escreve que “o argumento de Peter Thiel a favor de Donald Trump não faz nenhum sentido. …É difícil ver como eleger Donald Trump – um homem pouco conhecido por sua competência gerencial ou por seu domínio dos detalhes políticos – poderia tornar o governo competente novamente”. A única explicação, de acordo com Lee, é que Thiel quer que Trump “exploda o sistema e comece de novo”.
Ainda assim, não está claro em que explodir o sistema implica, ou como isso ajuda Thiel. Mais provavelmente, Thiel mirando não apenas em ter o ouvido do Presidente, mas também em ter delegado um poder de decisão significante. Desta forma, Thiel não está votando pela competência de Trump. Ele está votando pela sua própria.
Competência sobre o que? O discurso de Thiel contém uma pista. Nele, ele argumentou que a América dos anos 50 e 60 era fundamentalmente high tech. Ela empurrava as fronteiras da ciência e integrava seu serviço público com as últimas tecnologias. O Projeto Apolo é um caso em questão. Decidimos ir à lua e, sete anos mais tarde, o fizemos. Hoje, demora sete anos só para construir uma ponte; às vezes só para lhe dar um nome.
Felizmente, sobre esses pontos Thiel parece ter algumas respostas. Através do Founders Fund, Thiel investiu dezenas de milhões de dólares na Space-X, a companhia de foguetes de Elon Musk, que está planejando uma viagem tripulada à Marte. E a Palantir, a companhia de análise de US$20 bilhões de Thiel, tem centenas de milhões de dólares em contratos do governo dos EUA para ajudar agência federais como o DHS e a CIA a integrar e estruturar dados. Como Thiel conclui, “seria generoso dizer que os softwares do governo funciona mal, porque na maior parte do tempo eles sequer funcionam”.
O fraseado é importante, já que pode ser uma referência direta ao DCGS-A, ou Distributed Common Ground System-Army (Sistema Distribuído de Terreno Comum-Exército, em tradução livre), o sistema do Exército dos EUA para integrar e disseminar inteligência, vigilância e reconhecimento por todos os níveis do Exército. O sistema é notoriamente ruim, com os comandantes de solo o descrevendo como “imanuseável e inconfiável, difícil de aprender e difícil de usar”.
Thiel quer que a Palantir substitua o DCGS-A, e por boas razões. Quando o Exército lançou mão da tecnologia da Palantir no Afeganistão como parte de uma “Avaliação Operacional Avançada” em 2012, 96% do pessoal pesquisado a descreveu como “eficaz em apoiar sua missão”. Algumas unidades continuam a usá-la numa base ad hoc. Como relatou-se um oficial dizer, “a Palantir de fato funciona. Quando o DCGS de fato funcionar, estaremos prontos para usá-lo”.
Ainda assim, o Exército gastou mais de US$6 bilhões desenvolvendo o DCGS-A e treinando os usuários em “longas e supercomplicadas instruções em sala de aula” e não quer simplesmente deixar para lá. Então, no mês passado, enquanto o Exército dos EUA solicita ofertas para uma segunda fase em seu desenvolvimento, a Palantir revelou sua intenção de processar. A Palantir alega que a solicitação do Exército é “ilegal, irracional, arbitrária e caprichosa” por não adotar seu software evidentemente superior. Como a Bloomberg reportou, em jogo “está um potencial contrato de US$206 milhões, que é a primeira porção do que provavelmente será um sistema multi-anual e multi-bilionário de coleta e visualização de dados que serviria de eixo de inteligência do Exército”.
Foi um ano duro para a Palantir, tendo perdido alguns grandes clientes como a Coca-Cola, a American Express e a Nasdaq, então é um contrato que Thiel quer desesperadamente. E um contrato que um Comandante-em-Chefe Trump poderia lhe ajudar a conseguir. Por quê? Porque Trump só se cerca dos melhores.
Feudalismo Corporativo
Encontre, em qualquer país, o Homem Mais Capaz que ali existe; eleve-o ao lugar supremo e lealmente o reverencie: você tem um governo perfeito para esse país; nenhuma urna, eloquência parlamentar, votação, construção de constituições ou outro maquinário que seja pode melhorá-lo em uma partícula que seja. Ele está no estado perfeito; um país ideal.
Estas são as palavras do ensaísta escocês do século XIX Thomas Carlyle, um outro vigoroso defensor do governo pelos melhores.
É também a passagem que o infame blogger neorreacionário, Mencius Moldbug, nome real Curtis Yarvin, publicou na ocasião da morte de Steve Jobs.
A conexão? Na visão de Yarvin, o governo é apenas uma corporação com algumas camadas adicionais de pompa e circunstância democrática. Um governo efetivo, como uma corporação efetiva, precisa de um grande CEO; um monarca esclarecido; alguém com visão, força e, de maneira importante, a capacidade de delegar. “Eu posso lhe dizer exatamente como as decisões são feitas na Apple”, escreveu Yarvin em um post de 2009. “Primeiro, a Apple encontra um homem. Contrata-o, na verdade. E tendo encontrado este homem, ela lhe diz: senhor, esta decisão é sua“.
Similarmente, quando perguntado sobre como ele consertaria o decadente governo dos EUA, Yarvin respondeu “Encontre o melhor jogador de xadrez que você puder encontrar e lhe dê o emprego”. Esse emprego sendo um CEO não eleito da América, a nação enquanto corporação de acionistas, que poderia exercer uma autoridade soberana completa para fazer com o Departamento de Educação e o DCGS-A o que Steve Jobs fez com o decadente e improdutivo Advanced Technology Group da Apple em 1997 – aposentar todos os empregados e fechá-lo.
Thiel é esse homem para Trump? Thiel certamente parece simpático às visões de Yarvin. Das aulas sobre statups de Thiel:
Uma startup é basicamente estruturada como uma monarquia. Não chamamos assim, claro. Isso pareceria estranhamente antiquado, e nada que não seja democracia deixa as pessoas desconfortáveis. Estamos enviesados em direção ao lado democrático-republicano do espectro. É a isso que estamos acostumados pelas aulas de educação cívica. Mas a verdade é que startups e fundadores se inclinam em direção ao lado ditatorial, porque essa estrutura funciona melhor para statups.
E do ensaio de Thiel no Cato Undbound:
Eu não acredito mais que a liberdade e a democracia sejam compatíveis. …Uma metáfora melhor é a de que estamos em uma corrida mortal entre a política e a tecnologia. O futuro será muito melhor ou muito pior, mas a questão do futuro continua muito aberta, de fato. Não sabemos exatamente o quão acirrada está essa corrida, mas eu suspeito que ela poder estar muito acirrada, até mesmo por um fio. Ao contrário do mundo da política, no mundo da tecnologia as escolhas de indivíduos ainda podem ser vitais. O destino de nosso mundo pode depender do esforço de uma única pessoa que construa e propague o maquinário da liberdade que torne o mundo seguro para o capitalismo.
Como suas notas de aula indicam, monarquia é o outro significado de Zero to One. Ou, como Trump colocou, a ideia é que “Só eu consigo consertá-la”.
Os especialistas têm, até agora, identificado erroneamente a subcorrente do Grande Homem em Trump e nos seus apoiadores como fascismo latente. O termo mais preciso pode ser feudalismo corporativo ou absolutismo esclarecido (Make America Frederick the Great Again), uma ideia que também anima o interesse de Thiel no Seasteading.
O feudalismo classicamente envolvia uma classe nobre de proprietários de terras conhecida como Senhores, que mantém domínio completo sobre suas faixas de terra, ou feudos. Trump, como um magnata do setor imobiliário, já tem a maioria dos adesivos da nobreza, indo tão longe quanto a dar o nome de seu filho mais moço de Barron, um sinônimo de Senhor.
Feudos são a casa de vassalos, camponeses que recebem proteções e bens básicos em troca de serviços prestados ao Senhor. Isso não é exatamente a mesma coisa de direitos humanos básicos ou direitos de propriedade, já que são contingentes e acidentais, não morais ou meritórios. Daí o conforto de Trump com um uso liberal das expropriações de terra.
Seasteading é a mesma ideia do feudalismo clássico, mas sobre plataformas no oceano. Em teoria, Senhores e CEOs tem um incentivo para produzir um governo relativamente bom, a fim de atrair acionistas e vassalos. E, uma vez que o que conta como bom governo pode variar, vassalos votam com seus pés, a fim de optar pelo feudo ou seastead que mais se alinha com seus valores.
Economistas chamam isto de classificação de Tiebout, um modelo que inspirou uma geração de libertários a um tipo de fetichismo municipal que exagerava vastamente a disposição de uma pessoa média de se mudar e subestimava vastamente o potencial para formas localizadas de tirania. E, na teoria legal, é chamada de lei policêntrica, ou devolução da lei estatutária monopolista para jurisdições concorrentes e mesmo sobrepostas.
Embora cidades-estado modernas, como Cingapura, forneçam alguma evidência de que um ditador benevolente e tecnocrático possa de fato produzir uma sociedade próspera ao longo de um modelo corporativo, e o sucesso de Hong Kong e de zonas econômicas especiais como Shenzhen e Xiamen mostrem que experimentos de devolução legal tenham muito mérito, isso arrisca um tipo de falácia do atirador de elite. A saber, enfatiza os sucessos ao passo em que ignora os muitos estados falidos e outros experimentos de ditadores menos do que benevolentes, assim como o centralismo oculto que sustenta implementações bem-sucedidas e não anárquicas de devolução legal. Abordagens mais quantitativas, em contraste, continuam a descobrir que a democracia tem um efeito pró-crescimento “robusto e considerável”.
Não obstante, o fascínio de Thiel com o feudalismo se estende da terra e do mar para o ciberespaço, com seu investimento no Urbit, um projeto de Curtis Yarvin de incorporar as teorias sociais neorreacionárias em uma camada da internet. O Urbit faz muitas coisas, mas sua função principal é criar uma cadeia descentralizada digital de títulos a endereços de rede, como endereços IP peer-to-peer comercializáveis. Uma vez que seu espaço de nomes é um recurso escasso, não muito diferente da terra, não é surpresa que ele seja modelado sobre princípios feudais, com a soberania distribuída policentricamente por entre uma constelação de comunidades rigidamente hierárquicas.
Reequilíbrio Global
Quer Thiel seja mesmo um neorreacionário ou não, estritamente falando, é irrelevante. O que é importante é que ele tem constantemente identificado a “liberdade” com uma versão do feudalismo corporativo em pequena escala e tem indicado ser hora de uma versão se sedimentar em nível nacional, se não internacional.
O plano de Trump para desmantelar a OTAN e reverter a política histórica dos EUA de internacionalismo faria exatamente isso e também é consistente com o apoio anterior de Thiel a céticos da OTAN, tais como Ron Paul. A política externa declarada de Trump reequilibraria o globo, saindo da hegemonia dos EUA enquanto bastião do cosmopolitismo liberal e exportador de valores democráticos, em favor dos valores autoritários da China e da Rússia.
China e Rússia já operam em versões cruas do feudalismo corporativo, com Xi Jinping e Vladmir Putin como seus respectivos CEOs. E, apesar de ambos serem antigos países comunistas, cada um exporta sistemas de valores que são bem menos igualitários do que o dos Estados Unidos – e bem menos “politicamente corretos”.
De acordo com Thiel, “Se apropriadamente entendido, o politicamente correto é nosso grande problema político”, pelo que ele quer dizer o comprometimento semi-teológico da sociedade ocidental com o igualitarismo liberal. Isto, por sua vez, levou a elite da América ao “[Diversity Myth” de que o multiculturalismo funciona, à negação de diferenças inatas de gênero ou raça nos talentos individuais, a escrúpulos em torno de qualquer coisa semelhante à eugenia e à marginalização da tradição religiosa.
Em contraste, a China, liderada por uma “Nobreza Vermelha” de pincipelhos privilegiados, tem ganhado vantagem tecnológica na engenharia genômica ao deixar de lado medos de descobertas desconfortáveis. Enquanto isso, Putin tem pressionado o renascimento de um mythos pré-soviético baseado na ideia da Rússia enquanto uma civilização oriental ortodoxa distinta que se ajoelha ao ritual, à hierarquia e aos papéis tradicionais de gênero.
Assim, quando Donald Trump alega que ele quer “Make America Great Again”, não é meramente uma nostalgia pela Era Reagan ou o último viva de uma classe trabalhadora branca que se encolhe. Antes, é que a narrativa da decadência, como ecoada nos sentimentos de Thiel sobre a modernidade e a incompetência do governo, necessariamente cria corolário narrativo de retorno e renascimento.
Como quando Putin retornou para reviver uma Rússia doente em 2000.
Ou quando Steve Jobs retornou à Apple em 1996.
Cada um deles suplantou a narrativa do declínio com um novo mito, seja ele o Cristianismo Ortodoxo ou a reputação da Apple em design. Assim, enquanto Trump assume o augusto papel de uma figura cerimonial, isso deixa Thiel e companhia preencherem o resto das chefias e perseguirem a ambiciosa tarefa de restruturar as instituições decadentes da América a partir de dentro, incluindo, talvez, a criação de um novo mito americano também.
Mas se isso não é para você, como um Seastead mal gerido, você sempre tem a opção de ir embora.
O Canadá lhe recebe de braços abertos.
Samuel Hammond é analista da Pobreza e de políticas de Bem-Estar no Niskanen Center, um think tank libertário com base em Washington, D. C. As visões expressas neste ensaio são suas. Siga-o no Twitter @hamandcheese